Última casa de madeira de Balneário Camboriú começa a ser demolida
Alvará de demolição já havia sido expedido pela prefeitura no ano passado, mas aguardava a aprovação do projeto do edifício
A mais antiga casa da Avenida Atlântica, o endereço mais caro de Balneario Camboriú, começará a ser demolida. Nos últimos dias, a casinha de madeira, branca e vermelha, que fez parte da paisagem por mais de 60 anos, foi coberta por tapumes.
O alvará de demolição já havia sido expedido pela prefeitura no ano passado, mas aguardava a aprovação do projeto do edifício. Por decisão dos proprietários, a casinha teve direito a uma última temporada de verão em frente ao mar. No terreno, será construído um prédio de 12 andares.
Ao longo dos anos, o contraste entre a simplicidade da antiga construção de madeira e os novos arranha-céus ao redor, que a “engoliram”, fizeram da casa um atrativo turístico. Era comum ver turistas fotografando a “casinha da vovó” em meio aos prédios gigantescos.
Construída em 1956, a casa em frente ao mar foi comprada por uma família de Itajaí, na década de 1970, que pediu para ter o nome omitido. O patriarca, hoje já falecido, falou à coluna em 2012 sobre sua pequena joia à beira-mar. Saudoso, lembrou de quando a Avenida Atlântica não passava de uma estreita e esburacada estrada de terra, e os terrenos – hoje ocupados por alguns dos maiores edifícios da América Latina – eram povoados de lagartos.
Os anos passaram, e a maioria dos vizinhos trocou os terrenos por apartamentos. Mas os donos da casinha resistiam ao assédio de construtores e corretores de imóveis. Até que foram convencidos por uma oferta de permuta.
Os herdeiros são discretos e não gostam de falar sobre a casa. Mas, no ano passado, um dos filhos do patriarca disse à coluna que ficarão as boas lembranças:
– Temos excelentes lembranças, memórias que vamos cultivar. A casa foi muito bem aproveitada.